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O Respeito segundo Bert Hellinger

No Grupo da Escola de Constelações deste Sábado, 03/06, compartilhamos um pensamento de Bert Hellinger sobre O Respeito.

Esta reflexão, trazida antes de uma das Constelações Familiares do dia, tomou os participantes de um silêncio reflexivo a respeito de suas relações. Vamos ao texto:

Respeitar significa, antes de tudo, reconhecer.

Respeitar uma pessoa é reconhecer que ela existe, que é como é, e que é certa da maneira como é. Isso pressupõe que eu me respeite da mesma forma – que eu reconheça que existo, que sou como sou e que, tal como sou, também sou certo.

Quando respeito a mim e ao outro dessa maneira, renuncio a construir uma imagem de como deveríamos ser. Sem essa imagem não existe juízo sobre o que seria melhor. Nenhuma imagem construída se interpõe entre mim e a realidade, tal como ela se mostra.

Isso possibilita um segundo elemento, que também pertence ao respeito: eu amo o real, tal como ele se mostra. Isto significa, antes de tudo, que me amo tal como sou, amo o outro tal como ele é, e amo a maneira de sermos diferentes.

O respeito inclui ainda um terceiro elemento, talvez o mais belo: eu me alegro com o real, tal como se manifesta. Alegro-me comigo tal como sou; alegro-me com o outro, tal como ele é, e alegro-me com o fato de que sou diferente dele e ele é também de mim.

Esse respeito mantém distância. Ele não invade o outro e não permite que o outro me invada, me imponha alguma coisa ou disponha de mim de acordo com sua imagem. Ele torna possível que nos respeitemos sem nada querer um do outro.

Quando precisamos ou queremos algo, um do outro, devemos ainda questionar um quarto ponto: nós nos promovemos mutuamente ou inibimos o desenvolvimento nosso ou do outro?

Se, da forma como somos, impedimos nosso desenvolvimento ou o do outro, o respeito nos separa, ao invés de nos aproximar. Nesse caso, devemos cuidar para que cada um siga o seu próprio caminho e se afaste. Com isso, o amor e o contentamento por mim e pelo outro se aprofundam, em vez de diminuir.

Por quê? – Porque o amor e a alegria são tranquilos, como o respeito.

Bert Hellinger em Pensamentos a Caminho

Sobre relações e projeções

No mundo complexo das interações humanas, criamos imagens mentais sobre as pessoas com quem nos relacionamos. Estas imagens fazem parte da forma com que a mente se organiza com uma espécie de mapa das nossas relações.

O nosso inconsciente constrói a imagem de cada pessoa que conhecemos com base em nossas próprias percepções, emoções e interpretações. A criação de cada imagem é influenciada por nossos desejos, medos, traumas e até mesmo por estereótipos sociais.

Estas imagens, chamadas de personificações, nos ajudam na compreensão do outro e nos situa sobre como agir em diferentes situações. Como parte de um processo mental que ocorre naturalmente, entendemos que estas personificações que trazemos na mente fazem parte da forma como aprendemos a nos relacionar.

Estas imagens habitam nossa mente como atores em um grande palco. Cada ator interpreta seu personagem de acordo com o papel que atribuímos a ele na grande peça que chamamos de Vida.

O Teatro da Mente

Entretanto, todas estas imagens são construções subjetivas da nossa mente. As personificações são modelos simplificados das pessoas reais, construídos com base em nosso entendimento limitado do outro. As pessoas reais são seres complexos, com suas próprias experiências, motivações e perspectivas.

Ao falar sobre respeito, Bert Hellinger coloca que: “quando respeito a mim e ao outro dessa maneira, renuncio a construir uma imagem de como deveríamos ser. Sem essa imagem não existe juízo sobre o que seria melhor. Nenhuma imagem construída se interpõe entre mim e a realidade, tal como ela se mostra.

Embora estas imagens façam parte da forma como a mente se organiza, de forma que sempre teremos alguma imagem do outro em nossa mente, podemos nos lembrar que são apenas imagens.

O outro está do lado de fora deste teatro mental e reconhecer a diferença entre a imagem e a pessoa de carne e osso é o primeiro passo para o respeito.

As Constelações Familiares nos oferecem um caminho para reconhecer o outro para além de nossas projeções, harmonizando conflitos e criando a possibilidade de relações mais empáticas e construtivas.


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Rodrigo Ramos: Constelador Familiar, Terapeuta Floral, Terapeuta de Regressão e Engenheiro de Software nas horas vagas. Conheceu e se apaixonou pelas Constelações em 2008, estuda e vivencia seus aportes filosóficos desde então. Acredita em um novo paradigma de saúde integral e de consciência. Faz atendimentos individuais, workshops e é um dos fundadores da Escola Curitibana de Constelações Sistêmicas. Saiba mais sobre Rodrigo