No último Sábado, pude compartilhar algumas reflexões com nosso grupo de representantes da Escola de Constelações e isso me levou ao movimento de também compartilhar algo por aqui.
💫 Você já parou para refletir sobre qual é a medida da liberdade que realmente temos em nossas relações? 💫
Como sociedade, nossas relações amorosas vêm de uma longa jornada desde os pragmáticos casamentos arranjados, passando pela idéia do amor romântico (a ‘cara-metade’, ‘alma gêmea’) até um modelo de amor mais recente cuja tônica é a descoberta e a expressão de suas individualidades através dos relacionamentos.
O chamado ‘relacionamento de autoexpressão‘ pressupõe uma grande liberdade onde o encontro com o outro é um convite para que cada um se descubra. A questão é: até onde isso é possível?
Através do Enfoque Sistêmico (uma das bases das Constelações), observamos as trajetórias de vida de nossos clientes considerando os contextos em que se inserem. Principalmente a família de origem.
Somos os frutos e a continuidade de histórias que começaram bem antes de nascermos. Histórias estas que influenciam nossas escolhas, comportamentos e visões de mundo. Quer estejamos em paz ou não com isso.
E onde fica a Liberdade nisso tudo?
Talvez seja semelhante à liberdade de um cão amarrado por uma corda a um vagão que viaja em uma longa estrada. Esta corda permite ao cão escolher caminhar pela estrada à direita ou esquerda do vagão, se ele vai à frente ou se segue o vagão por trás. Existe uma liberdade limitada pelo contexto: o cão não escolhe, de fato, o trajeto do vagão.
Assim como o vagão, nossas histórias nos influenciam e muitas vezes ditam a liberdade de nossas escolhas. E da mesma forma que o cão não compreende as escolhas de quem guia o vagão, é comum não sabermos o que nos conduz por certos destinos. Inconscientemente, temos uma compulsão a repetir histórias de nossos antepassados como uma forma de fidelidade e amor. Em especial, repetimos aquilo que ainda não encontrou um lugar de paz em nós e na história da nossa família.
Em terapia ou nas constelações, buscamos olhar para os padrões que nos conectam a algo maior e nos dedicamos a encontrar a harmonia possível diante das escolhas e contextos da forma como se mostram.
Ah, e as tais ‘relações de autoexpressão’? Bem, talvez estas relações sejam possíveis à medida em que nossas dores e feridas inconscientes (pessoais E sistêmicas) estejam sanadas.
Talvez não seja possível chegar à TOTAL liberdade como imaginamos. Mas sim a uma liberdade consciente de nossos contextos e padrões: com um olhar lúcido que compreende aquilo que já curamos e o que ainda necessita de trabalho interior para criar leveza. Esta lucidez pacifica o que nos limita e reconhece o que nos torna únicos em uma relação. Isto também nos permite enxergar ao outro de maneira mais clara e para além de nossas projeções e fantasias, criando uma relação mais madura e respeitando a liberdade de cada um.
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